Para passar o tempo que me prende no tédio dele (ou eu que me deixo ser presa), fui vagar pelos blogs de conhecidos e amigos, e me deparei com a seguinte combinação de palavras e sentimentos: “Ninguém pensa que após se encontrar vai conseguir se esconder. Aqueles que nunca questionaram o sistema tentam ser felizes em ficções, vícios, imaginação. Porque vive-se uma era sem sonhos diferente daquela em que fazê-lo não custava nada. Hoje, custa o preço do choque térmico. Do balde de água fria ao despertar.” Theo Valadares - http://theovaladares.zip.net/
Comentei no blog dele que após a verdade dita, nada tenho a dizer. Mas talvez eu tenha, pois resolvi escrever em meu blog depois de ler o texto todo dele. E fica aqui a dica pra quem quer ler coisas de conteúdo, vão ao blog dele. E, na verdade, o citei aqui sem ter pedido autorização então, de anti-mão, espero um processo. Mas isso serviu que eu tivesse coragem pra botar pra fora tudo o que venho sentindo. Não que eu tenha a esperança de que alguém vá ler e comentar, pouca gente lê isso aqui mesmo. Mas como é um espaço meu, faço dele o que eu bem entender. E aqui é quase a única coisa que faço mesmo o que bem entendo.
Durante vinte e quatro anos eu lutei pela mesma coisa, eu lutei por mim mesma, sem grandes sucessos. E chega uma hora que cansa. Sabe quando lhe bate um cansaço tal que não se encontra energia nem pra olhar pra uma caneta? Pra olhar para uma parede branca que seja, ou pra mudar uma música que roda sem parar no media player, como agora. Também, qual a diferença de mudar a música se a vida continua a mesma? Triste mesmo é olhar pro lado e constatar que não se pode confiar em ninguém. E que aqueles a quem você supõem poder confiar, não tem o seu sangue correndo pelas veias. Talvez ligação de sangue seja mesmo mera ilusão de uma sociedade condicionada em aparências. E aparências é bem a palavra pra definir o que me rodeia. E talvez eu esteja enganada. Se for, ótimo. Enganos servem sempre de amadurecimento. Então, como seria olhar pro lado, olhar pro outro e não ter forças pra nada? E só prosseguir respirando por esperar ganhar a luta de sempre: Eu para mim mesma? É bem possível que eu saiba.
Considero até que venho dando grandes e largos passos. É bem verdade que venho questionando coisas inquestionáveis e que amanhã me arrependerei disso. Mas também faz parte do processo. E por mais que eu amadureça, dificilmente esquecerei tudo o que passei até o dia em que eu me ganhe totalmente e, comigo, todos os meus sonhos. E nunca esquecerei os motivos, pessoas, coisas ou situações, que atrasaram minha chegada. Ótimo também, lembrar das origens sempre lhe coloca em posição de maior clareza das coisas. Mas o Theo tem razão, após se encontrar é difícil mesmo se esconder. E não por escolha minha que ainda me quero inteira pra mim. É por puro instinto mesmo. Por pura fome pela promessa. E quando eu conseguir me transferir da minha “era sem sonhos” para uma era repleta deles, como já bem disse Lenine: “quando eu olhar pro lado, eu quero estar cercado, só de quem me interessa”.