segunda-feira, 6 de abril de 2009

Em homenagem às sandices que venho lendo e ouvindo nos ultimos dias:

O Analfabeto Político
Bertolt Brecht

"O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."

5 comentários:

Theo Valadares disse...

Joyce, você pontuou bem. Não ter ideologia também é uma ideologia. Com isso podemos entrar no âmbito do certo e errado e chegar a conclusão nenhuma porque cada um no final da discussão vai permanecer com suas próprias verdades. E a de Brecht não é a única. Inclusive tal argumento perde a razão ao definir os diferentes dele, que seriam os que querem viver sem política de 'burros'. Todo debate é válido, não importa o direcionamento que tome, se assim permanecer no respeito à opinião alheia. Enfim, meu ponto é que no que diz respeito ao bem-estar humano das minorias ou maiorias, o importante talvez não seja provar nenhum ponto.

Joyce Garófalo disse...

Relativo ao Brecth, "os burros" não são os que necessariamente não concordem com ele, e por isso sejam os diferentes dele, e sim os que se mantêm em silêncio sobre os interesses do coletivo. Independende de quais interesses sejam, ou do lado, ou da ideologia. E, tratando-se de uma licença poética, burro não pode ser interpretado literalmente. E para quem quer viver sem a política dos "burros", a bem da verdade, Bretch está querendo, exatamente, chamá-los a acabar com essa política através das suas ações ou do que eles acreditam. Seja lá a qual política dos "burros" você se refere. De todo modo, vale lembrar que se o blog é aberto a comentários para se abrir um debate, em debates o objetivo é sim cada um provar seu ponto. Do contrário, vira um debate a esmo. A não ser que não seja debate. Mas a questão, no final das contas, nem é essa. A questão é que, como já disse certa vez uma mulher que muito admiro: "quem não se movimenta não percebe as grades que o predem". Nesse país a falta de entendimento das coisas é tanta que no final quem é o vilão é quem foi atacado primeiro.

Paciência.

Serviço Público disse...

Penso que o autor em questão não tenta provar seu ponto de vista, até porque nem sabemos 'qual ideologia' ele pertence. Ele simplesmente alerta, para o simples fato que ignorar o que ocorre de mais importante em seu país, transforma o cidadão (se é que possamos chamar desta forma), em uma bactéria virulenta que se alastra pela sociedade, a partir do momento que este se coloca numa postura subserviente e passiva, a ponto de nem ter consciência do porque sua participação política é tão importante. Eu não gosto do Cazuza, mas vou citá-lo: "Ideologia, eu quero uma pra viver!" Aliás, precisamos de uma para viver, pois sem algo para acreditar e buscar, simplesmente 'viver' não faz o menor sentido.

Joice Castilho.

Joyce Garófalo disse...

Joicita, obrigada por comentar em meu blog. São tão raras as vezes que você comenta aqui, mas tão pertinentes e boas são as suas contribuições. Também penso parecido sobre o autor. Penso que é exatamente isso que você disse mesmo. E já que você citou Cazuza, mesmo não gostando dele, citarei Raul para fazer juz à você: "E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial, que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social..." Enfim, penso que Raul dizia que não basta lutar pelos seus próprios interesses pensando que está contribuindo para o coletivo. O interesse privado é válido e fundamental para a identidade e o objetivo individual, mas não é condição única de contribuição social. Apenas para complementar, e para lhe dar o gostinho de me ver citar Raul Seixas...rs..

Te amo.

:: DuasCaras :: disse...

hum... discussão... Não sei onde me encaixo. Não sou uma analfabeta, mas sim, uma ... DESILUDIDA! :-(