sábado, 27 de junho de 2009

" I'll never let you part, for you're always in my heart"



_ "In our darkest hour
In my deepest despair
Will you still care?
Will you be there?"

Nada vai o trazer de volta. Nada. E nunca, nunca vou conseguir dizer adeus.

No final do dia 25/06 eu imaginava tratar-se de uma brincadeira. De uma internação por algo que se resolveria. Tantos alarmes falsos já tinham sido dados outras vezes, pensei: não será a primeira nem a última.

...

Mas era a última, pior: não era alarme falso. Então eu sai do ar, e voltei aos três anos de idade, quando eu o vi pela primeira vez a única coisa que me fez amá-lo pra sempre foi ver que um adulto entendia como era ser criança como eu. Foi sentir pela primeira vez ao olhar pra um adulto que ele não era diferente de mim. Por mais que eu tivesse minhas críticas, por mais que eu soubesse nas qualidades e defeitos, eu o amava.

E amava completamente, com o pacote todo, inclusive com os defeitos. E eu não me refiro aqui a nenhum "escandalo" que a mídia sensacionalista inventa e aumenta sem provas e nem argumentações plausíveis. Me refiro aos defeitos que todo ser humano tem. E o dele, o principal defeito era acreditar. Acreditar que sempre podia mais, acreditar nas pessoas mesmo que elas não dessem motivo algum para isso. Ele era, sim, uma pessoa boa.

Mas mesmo que eu pense as melhores coisas dele, nada vai trazê-lo de volta.

Eu passei as horas que se seguiram da notícia agitada, sem entender, ao mesmo tempo nervosa. Do dia seguinte, me desliguei do mundo, e quando resolvi voltar, estava começando a entender. Agora a ficha caiu, e três horas seguidas de choro e dor, oscilações entre apatia, normalidade, agitação e choro não foram suficientes pra desabafar tudo o que ainda dói. Duas noites em claro sem conseguir comer nada, tbm não foram suficientes pra parar de doer. E eu sei que a vida continua, e que ele pode estar em um lugar melhor...mas e daí? Nada vai trazê-lo de volta, e mesmo sabendo disso, custo a entender, custo a me despedir.

Como muitos tiveram, eu não tive a chance de vê-lo, ou porque era muito nova, ou porque não tinha condições financeiras, ou porque ele não estava fazendo mais turnês... Eu sempre achei que ainda haveria tempo de vê-lo um dia, de ter a chance que muita gente tem de ver quem admira no palco. Mas eu não tive: gone too soon... Uma amiga minha escreveu em seu blog que o Peter Pan nunca envelhece, e por isso ele nos deixou primeiro. Faz sentido...

Mesmo assim, eu continuo me sentido só, e continuo com a certeza de que nada vai trazê-lo de volta. De que eu nunca mais verei aquele sorriso, que de tudo, era o mais bonito.

Tento pensar que ele lutou até o fim, e que até o fim fez o que gostava: música. Até o fim foi amado como queria. E até o fim, pra mim, foi o que me ligou a ele: criança. (Before you judge me,
try hard to love me,look within your heart then ask: Have you seen my childhood?)

Não preciso dizer da genialidade, do talento indiscutível que todo mundo sabe. O que me ligava a ele era bem mais que isso. Era o ser humano que ele era: Bom. Ele fazia as coisas de coração, ele era o que era pelo coração. E pelo coração, que ironia, é que ele se foi. Sem ar, com dor, e no desespero por um fôlego de ar e vida que fosse.

Mas eu prometi, pra mim mesma, que vou lembrá-lo da melhor forma possível, porque como disse uma outra amiga minha: ele fez o melhor que ele pode. Então, quando eu tiver filhos vou passar a melhor lembrança a eles: direi que teve alguém que revolucionou a música, a dança e o meu modo de ver a vida. Alguém que me inspirou a querer música para minha vida e alguém que, até o ultimo suspiro, viveu de música. Morreu se esforçando, treinando, trabalhando exatamente pra fazer música.

Era a música que era o seu escudo. O que fazia com que ele entendesse sua identidade. Era a música a resposta dele pra qualquer crítica. Foi a música a sua vida e a sua morte.

(But never two lovers like music, music and me)

Eu sempre, sempre, vou lembrar com amor. E mesmo ainda sem acreditar, tentarei lembrar, que agora, como alguém falou para minha irmã, você está com Ben, aquele, que no fundo, era você mesmo.

Mesmo que ninguém entenda, mesmo que ache exagero, mas eu sei o tamanho da dor da minha alma, eu sei o que você significava: "Não importa o que dizem sobre você Ben, eu não escuto uma só palavra do que eles dizem. Eles não vêem você como eu vejo, eu gostaria que eles tentassem, tenho certeza de que eles pensariam novamente, se eles tivessem um amigo como o Ben".

..."eu nunca vou deixar você partir, porque você estará sempre eu meu coração". Eu nunca vou poder dizer Adeus. (Never can say goodbye)

_"just call my name, I'll be there..."

Michael Jackson (*1958- 2009 eterno em meu coração)

"Se você entra neste mundo sabendo que é amado e deixa este mundo sabendo o mesmo, então você pode lidar com tudo o que acontece no meio" - Michael Jackson

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p.s.: no fundo, foi só um desabafo...

5 comentários:

Unknown disse...

Chorei!

:(

:: DuasCaras :: disse...

Que bom que não estamos sozinhos nessa, Joy... :'(

Ju B. disse...

Olá, Joyce, me emocionei realmente. Entendo perfeitamente a dimensão do que vc está sentindo, e essa letra de "Ben" define perfeitamente o sentimento de nós fãs em relação ao Mike. =/
Lindo desabafo, também fiz o meu.
Força pra gente.

Alline Rodrigues disse...

Joyce, vc pode por favor me mandar esse poema completo: I'll never let you part, for you're always in my heart... por favor???
Muito muito obrigada!

Joyce Garófalo disse...

Gente, obrigada pelo apoio. E obrigada por enterem. Nós vamos conseguir superar essa dor um dia. Um dia nós vamos superar! :)